Itabatã - Itabatan - Itabatam
Grafia correta de Itabatã foi aprovada pela Câmara em 1999
Apesar de muitos ainda escreverem “Itabatan” e até mesmo “Itabatam”, a grafia correta do maior distrito de Mucuri é com o sinal diacrítico til sobre a letra a: Itabatã. A oficialização da grafia se deu através de projeto de lei aprovado em 1999 pela Câmara Municipal, autoria do então vereador Elvacy Venâncio dos Santos, atual presidente do PSC no Município.
Depois de sancionado pelo prefeito, coube aos Poderes Legislativo e Executivo dar ciência aos órgãos ligados aos governos estadual e federal, bem como ao Poder Judiciário, cartórios, escolas, empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços, entidades e instituições diversas que integram a sociedade.
Na elaboração do projeto, Venâncio reuniu várias pesquisas etimológicas. “Verificamos a procedência dos estudos que consideravam a origem indígena da palavra, segundo os étimos ita (= pedra) e bata (= mão), dentro do primeiro idioma nacional do Brasil, o tupi-guarani. Fizemos, também, pressupostos relativos à fusão do vocábulo indígena ita com o termo de origem africana bata (= habitação, em quimbundo). Houve, ainda, uma terceira hipótese, que considerava a fusão do étimo ita com outro substantivo de origem africana - batá (= pequeno tambor de madeira)”.
Assim, Venâncio concluiu que, de acordo com tais referências, seria correta a grafia de Itabatã com o sinal diacrítico til sobre o a, uma vez que não há menção, em nenhuma das três considerações, ao uso do n ou m após o a.
O autor acrescenta: “O projeto tramitou em 1999 na Câmara de Mucuri, portanto, há dez anos. Naquela época, tais conclusões foram precedidas de ampla consulta feita a professores nas áreas de Língua Portuguesa, Sociologia e Antropologia, estudos de expressões regionais e pesquisa histórico-lingüística, bem como interferências socioeconômicas sobre o falar regional. Além disso, remeteu à importância da língua tupi-guarani, que, até o século XVIII, era falada por todos os habitantes do Brasil, incluindo portugueses e africanos”.
Por analogia, Venâncio citou vocábulos como itacuã (pedra amarelada com que se alisa a louça de barro feita à mão), itapuã (arpão utilizado na pesca da tartaruga), e até de localidades como Ibirapuã, Itapuã, Itarumã (estado de Goiás), Itirapuã (estado de São Paulo) e outras, onde não há qualquer indicador do uso das consoantes n ou m após o a. “A oficialização do nome do distrito serviu para esclarecer definitivamente eventuais dúvidas quanto à grafia e padronizar documentos oficiais, placas, impressos comerciais etc.
Um detalhe: na época da aprovação do projeto, Itabatã ainda era um povoado. Um ano depois foi elevado a distrito, em virtude de projeto de lei também de autoria de Venâncio.