Achado o “Ponto G” dos
vereadores de Mucuri
R$4.500.000,00
(QUATRO MILHÕES E QUINHENTOS MIL REAIS)
vereadores de Mucuri
R$4.500.000,00
(QUATRO MILHÕES E QUINHENTOS MIL REAIS)
No calendário da Câmara todo mês é mês de dezembro.
Os nove vereadores de Mucuri não podem reclamar de nada. Após um ano de trabalho “intenso” quase “escravo”, nossos heróis, pobres coitados e humildes constituintes, merecidamente, acabam de comemorar, pela décima segunda vez consecutiva, o Natal fabuloso do ano de 2009. No calendário da Câmara todo mês é mês de dezembro. Ao encerrar 2009, eles acumularam receitas 100% repassadas pela prefeitura de Mucuri, portanto, nosso dinheiro, totalizando R$4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais).É bom ressaltar que, com “gastos” (despesas), eles também acumularam um desperdício astronômico de dinheiro que, coincidentemente, é idêntico ao valor arrecadado.
Com movimentos e posicionamentos desarticulados, totalmente alheios e sem propósitos com a realidade do povo de Mucuri, os vereadores se armaram e com “a faca entre os dentes” atacaram “ferozmente” a empresa Suzano Papel e Celulose S/A, atribuindo-lhe de forma estouvada toda a culpa pela degradação da natureza (meio ambiente) em nossa região.
A Câmara Municipal de Mucuri é a única que trata a questão ambiental em nossa microrregião, como se este fosse o nosso único problema. Entretanto, estranhamente, na gestão passada, com a participação do atual presidente, Agripino Botelho, Antônio Carlos Gonçalves (o Tazinho), Manoel Negino da Cruz, sob a presidência do ex-vereador, Antônio Washinton de Oliveira, todos foram favoráveis à aprovação de uma Lei que resultou numa renúncia fiscal de mais de R$60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) em favor da citada empresa.
Explicando: naquela oportunidade, estava prevista a construção da segunda etapa da Suzano Papel e Celulose S/A. Não se sabe como, o prefeito Milton José Fonseca Borges mandou um projeto de Lei à Câmara de Vereadores que, também não se sabe como, o aprovaram sem questionar. O citado projeto de lei tratava da redução da alíquota do ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza -, tributo administrado exclusivamente pela Prefeitura Municipal, passando a alíquota que era e sempre foi de 5% para 2%, ou seja: um abatimento espetacular de 60% do citado imposto, beneficiando diretamente a Suzano, que deixou de recolher, pelos meus cálculos, aproximadamente R$60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), em favor do nosso Município. É bom deixar devidamente esclarecido que Mucuri foi o único município do extremo sul a conceder este beneficio à Suzano.
Exatamente, este é o montante de dinheiro que a nossa multimilionária Prefeitura (leia-se: o povo de Mucuri) deixou de arrecadar, receber, durante os anos de 2005 a 2008. Não se tem registro da existência de manifestação contrária à liberação e concessão deste benefício para a Suzano, por parte dos três vereadores reeleitos; todos concordaram e aprovaram tudo.
Somando-se este imposto, que não foi recebido pelo Município, a arrecadação de Mucuri, somente no período mencionado, certamente ultrapassaria o montante de R$300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). Como se vê, fica bastante evidente e comprovado que dinheiro não é nosso grande problema, nunca foi e nunca será.
É tanta grana, mas tanta, tanta mesmo, que mandamos mais da metade do nosso precioso ISSQN para os outros como se não precisássemos deles. O pior de tudo é que a Lei foi tão mal elaborada e mal intencionada, que, em momento algum, foi cobrado da empresa beneficiada qualquer contrapartida para o povo de Mucuri. Aliás, como já dissera em artigo anterior, o maior trabalho deles é controlar implacavelmente o entra-e-sai da dinheirama, ou melhor, nosso grande problema são eles, somente eles e mais ninguém.
Eles queimam e rasgam nosso dinheiro, como se estivessem participando de uma orgia sexual, onde ninguém é de ninguém, todos com todos, melhor dizendo: um por todos e todos, eternamente por um, até que a morte os mande pra bem longe dos Quintos da Bahia.
Desta forma, fica fácil identificar o ponto G deles, com tanta suruba financeira, o nosso povo, mais uma vez, vai assistindo a essa “devassidão” administrativa, um filme aterrorizante, feito com nosso dinheiro e com a complacência de todos. Quando eles não podem gastar, eles simplesmente dão para os outros, como foi o caso da Suzano.
É fácil, porém, não dá nem para imaginar a excitação galopante dos nossos nobres ao perceber e sentir a penetração de tanta grana em suas contas.
Nossos leitores devem estar matutando: “Já pensou o que poderia ser feito com R$60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) entregues de bandeja pelos nossos vereadores à Suzano”?
É bom lembrar que sobre este dinheiro e esta renúncia fiscal eles nunca informaram ao povo de Mucuri, embora fossem obrigados.
Entretanto, pensando bem, já imaginaram o que poderia ser feito com nossos R$4.500.000,00 (quatro milhões e meio de reais) consumidos inexplicavelmente pelos vereadores em apenas um ano, ou seja, 365 dias?
Enquanto eles brincam de defender o meio ambiente deles, nosso dinheiro desaparece igual às florestas queimadas da nossa exuberante Amazônia. Amém!
João Paulo Oliveira Lima